Participei de 28 de Dezembro a 1 de Janeiro de 2008 na “
Peregrinação de Confiança através da Terra em Genebra”, Suiça.
A ideia da viagem aconteceu de forma natural – ouvi falar pela primeira vez de
Taize, há cerca de um mês e tal, numa conversa com as minhas companheiras voluntárias da Comunidade Vida de Paz, depois foi só deixar passar um mês até resolver investigar sobre o assunto e descobrir o tal encontro e daí para a minha inscrição tudo corre rapidamente, pois mando um e-mail aos organizadores e no dia seguinte só tenho que tratar das questões burocráticas com a embaixada de Suiça em Lisboa, através de um telefonema fica tudo resolvido, pois não seria necessário visto de entrada.
Partimos (Eu e mais 62 participante da paróquia de Luminar em Lisboa) de autocarro na manhã fria do dia 26 de Dezembro rumo a Genebra e com escala em Paris, onde estivemos cerca de 14 horas. Paris é aquela base: Torre, Museus, Rio e Frio também.
As viagens nem sempre acontecem como planeamos, pois há sempre surpresas uma delas foi o nosso autocarro ter perdido uma das rodas traseiras em plena auto-estrada, em Espanha, o que nos obrigou a uma paragem extra de cerca 4 horas, podia ter sido pior!
Chegámos a Genebra na manha do dia 28 assim com a maioria dos 40.000 jovens e adultos de toda a Europa e outros países do mundo com Cabo Verde por mim representado :-)
Fomos divididos em grupos que ficaram ou no Centro de Genebra ou nas diversas paroquias nas cidades próximas.
Fiquei alojado na paróquia de Notre Dame, mesmo no centro de Genebra junto à estação de comboio e a 1 minuto da casa de acolhimento com mais duas francesas, duas Polacas e um Polaco. Éramos seis na casa de Marie e da sua filha Anna. Fomos muito bem acolhidos e tratados que nem reis, podíamos chegar a casa antes da meia-noite, o que deu imenso jeito, pois assim podemos estar até mais tarde no convívio com os outros participantes e também podemos conhecer a cidade de noite.
Fiquei separado do grupo dos 62 companheiros de autocarro, pois uma vez que me alistei como voluntário pude ficar mais próximo do local do evento. O meu serviço voluntário consistiu em distribuir as refeições da noite aos outros participantes; tínhamos um cartão de identificação amarelo, e jantávamos entre as 16h e as 17h, pois a distribuição das refeições começavam às 17h30 e acabava perto das 18h45, pois às 19h começava a Oração Comunitária.
O serviço voluntário permitiu-me entrar em contacto com pessoas dos vários países participantes e meter “conversa”. Assim aprendi a dizer “OBRIGADO” em várias línguas: Romeno (Multumesc), Sueco, Alemão (Danke), Espanhol, Italiano (Grazie), Polaco (Dziekuje), Húngaro (Köszönöm), Burundi, Esloveno (Hvla), Ucraniano, Finlandês, Rússia; Inglês (Thanks) e Francês (Merci).
A participação nos workshops na minha paróquia de acolhimento permitiu-me a troca de pontos de vista sobre vários assuntos com polacos e alemães que pertenciam ao meu grupo de trabalho, e perceber que o caminho da reconciliação entre os cristãos se vai fazendo …
Os cânticos de oração eram e são simplesmente maravilhosos! Hei-de procurar e comprar os cd´s!
Propósito do encontro para mim?
Há sempre uma multiplicidade de propósitos que animam as pessoas que participam nesses encontros desde aqueles que qualifico como superficiais como conhecer uma nova cidade (férias) pessoas novas (engate) e ou outros propósitos.
Uma vez que se tratava de um encontro ecuménico pensei à partida encontrar pessoas de outras religiões não cristãos, mas foi essencialmente um encontro de cristãos.
Então, pude fazer as pazes com o catolicismo, pois tenho dois sacramentos da Igreja Católica Romana: Baptismo e Crisma. Fui educado por uma mãe católica, conheci a Catequese e pertenci, aliás ajudei na criação do Grupo Juvenil João Paulo II que actualmente já evolui e tem outros estatutos, suponho
ONGD e ainda tenho alguns amigos que actualmente são padres.
O reencontro com uma alma do passado.A minha experiência mais significativa aconteceu no último dia do encontro.
Entrei na Igreja numa das portas laterais e dirigi-me rapidamente com um grande sorriso e coração aberto para um ser que me pareceu de luz, quando vou dar-lhe um abraço apercebo-me que não conhecia a pessoa, no entanto, sento-me ao lado dela assisto às orações da manhã. No final da missa, dirijo umas palavras de desculpa ao ser em questão. Ela é húngara e sabia apenas falar alemã, no entanto, chama uma amiga que fala inglês e irá servi de intérprete. Explico à nossa intérprete o que se tinha passado e esta pergunta-me – qual é a minha explicação?
Respondo que tive a sensação clara que conhecia a rapariga húngara, não deste encontro, mas mais provavelmente de uma vida passada. Depois dessa pequena conversa eu e a húngara abraçamo-nos e chorámos perdidamente baba e ranho, eu não aguentei mais sai da igreja e fui dar uma volta, quando voltei elas ainda estavam lá e vieram se despedir de mim e eu simplesmente dei-lhe as mãos. Mais tarde verifiquei que não tinha ficado nem com uma foto, nem com o contacto e nem sequer o nome daquela alma :-) foi mesmo só viver aquele reencontro e mais nada!!
Be Happy!!