Wednesday, August 29

Antigos Cantratados em São Tomé e Príncipe


Cabo Verde e São Tomé querem discutir com Portugal situação dos antigos contratados

28-Ago-2007

Os governos de Cabo Verde e São Tomé querem iniciar um diálogo tripartido com Portugal para conseguir apoio para os antigos trabalhadores das roças de São Tomé, que foram contratados pelas empresas portuguesas proprietárias. É entendimento dos dois governos que os idosos que outrora trabalharam das roças têm necessidade de uma protecção na velhice por conta de todo o trabalho realizado na produção de cacau e café.

Para o ministro da Justiça, Reforma de Estado e Administração Pública de São Tomé e Príncipe, Justino Veiga, a deslocação do primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, àquele arquipélago é em si um sinal de que este diálogo deve ser retomado.

"A comunidade cabo-verdiana em São Tomé vive as dificuldades que resultam do facto do país ter dificuldades. Em todas as comunidades, o que ressaltou à vista é que há um esforço por parte do governo mas que objectivamente a situação económica não proporciona que haja um tratamento melhor nem para a comunidade cabo-verdiana e nem são-tomense", afirmou.
Em relação aos idosos que trabalharam nas roças, o governante são-tomense acredita que é necessário um diálogo entre os três governos."

Acho que era altura de reiniciar o diálogo entre os governos de Cabo Verde, São Tomé e Portugal acerca da situação concreta dessas pessoas. Não podem trabalhar, estão vulneráveis financeiramente e fisicamente e por isso tem que haver intervenção para que possamos dar uma existência condigna a essa gente", explicou.

Por seu lado, o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Victor Borges concorda que é preciso retomar o diálogo com Portugal, mas explica que tratar este assunto não tem sido fácil, primeiro devido às sucessivas mudanças de governo em Portugal mas também porque as empresas que contrataram os cabo-verdianos já não existem.
"Este é um diálogo que encetámos com Portugal em 2004, mas que não teve a continuidade devido as sucessivas mudanças de governo", afirmou.
Victor Borges explicou ainda que "essas empresas deixaram de existir e, por isso, é uma discussão que deve feita com tranquilidade porque não temos a outra parte contratante com vida activa neste momento"."Mas é uma situação que reclama dramaticamente uma intervenção e é nesta base que vamos tentar discutir", disse.
Para garantir os direitos desses cabo-verdianos, o chefe da diplomacia cabo-verdiana anunciou que o seu governo pretende construir um dossier sobre este assunto baseado em provas documentais.
Victor Borges alerta, contudo, que este é um diálogo que deve ser feito com serenidade já que não se trata de "um ajuste de contas com o passado".
Agência Lusa - www.lusa.pt

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